Concurso Estudantil de Projetos Bioclimáticos (2005)


Concurso Estudantil Latino-Americano de Arquitetura Bioclimática da Bienal José Miguel Aroztegui

Maceió, 04 de outubro de 2005






Relação Clima x Projeto
Baseado na análise do gráfico de Givoni [leia aqui: pg 75 a 77], tira-se partido principalmente da ventilação para o resfriamento, constituindo o edifício com um grande átrio para uso do efeito chaminé e grandes aberturas com esquadrias, de pvc, com controle, para se aproveitar da ventilação cruzada. Nos quartos uso de grandes janelas e portas com bandeiras para ventilação cruzada.
Também o uso da inércia térmica dos materiais, com uso de blocos de concreto para as vedações.
Forma compacta para melhor controle da temperatura interna – menor área de contado com o exterior .
Busca do melhor aproveitamento da luz solar, evitando o uso desnecessário da luz elétrica. Uso de grandes aberturas, protegidas com brises para o controle da iluminação e um átrio com uma cobertura também com aberturas envidraçadas para iluminação zenital.
As barreiras acústicas, por sua vez, vão além dos limites do terreno, já que se trata de barrar o som de uma fonte linear e não pontual, a rodovia.
Estratégias de Projeto
  • Os quartos dos funcionários encontram-se na fachada oeste sobre o refeitório, em balanço. Deste modo, funcionam como um grande brise, protegendo o local onde ficam as mesas para que as pessoas possam comer ao abrigo do sol direto. Os raios solares entram no restaurante diretamente somente a partir das 17 ou 18 hrs, dependendo do mês do ano, o que não é prejudicial já que a esta hora o sol já está mais baixo e menos intenso. Quanto aos brises horizontais, podemos observar que funcionam muito bem até o horário citado acima, assim, podemos pensar em telas mais eficientes sobre os brises ou apenas deixar esse sol de fim da tarde penetrar nos quartos, já que, no inverno, por exemplo, este pode ser muito favorável.
  • O espelho d’água tem como objetivo resguardar a parte administrativa e de serviços do albergue, deixando-o, ao mesmo tempo, em contato com o público. Além disso, permanece quase o dia todo aquecido, no verão, arrefecendo os estudantes e o ar que entra em contato para realizar posteriormente o efeito chaminé. A água contida nesse local, advém parcialmente das chuvas captadas pelo telhado (que por suas águas inclinadas, já é a própria calha), e tem como função também irrigar a vegetação local e servir de reserva para a descarga de bacias sanitárias.
  • Devido à diferença de nível entre os andares, com relação ao térreo, um dos blocos constituiu-se de dois andares de quartos, definiu-se assim que seria este o bloco orientado para norte para que um maior número de quartos fosse bem iluminado o ano todo, e no inverno, bem aquecido. Além disso, orientando a maior parte dos quartos para norte, aproveitamos a vista do bosque que se encontra próximo ao terreno e evitamos a grande quantidade de ruído proveniente das autopistas e ruas que contornam a locação. Mas fora essas vantagens, tínhamos que trabalhar uma desvantagem, a grande quantidade de radiação solar direta proveniente dessa orientação. Optou-se por avançar na fachada alguns quartos, intercaladamente, criando assim uma proteção contra o sol de verão, o mais alto no céu, nos quartos localizados imediatamente abaixo desses que avançavam. Como os quartos que avançavam, o faziam de forma alternada, criavam-se assim nichos nos demais quartos. Tais nichos possibilitaram a criação de varandas equipadas com painéis móveis de vidro que no verão podem ser abertos para que o quarto possa ser ventilado e no inverno podem ser fechados criando um tipo de mini estufa e assim aquecer o quarto
  • As coberturas dos quartos foram concebidas em lajes mistas (concreto e bloco cerâmico vazado), para a obtenção de um bom desempenho também.
  • As paredes possuem aproximadamente 20 cm de espessura e são de bloco de concreto revestido e pintado com cores claras, para que haja uma boa inércia térmica (recomendação Arquitrop).
  • O espelho d’água, que possui função de reservatório de água da chuva para reuso na irrigação da vegetação local e reaproveitamento em bacias sanitárias possui revestimento em manta de PVC (mais conhecida como manta de vinil), devido a facilidade e velocidade de construção, além de permitir a versatilidade de tamanhos e formatos (adequando-se a soluções criativas e não ortogonais). Além disso, a manta de pvc pode ser estampadas no fundo, laterais e bordas, podendo ser reparada através de solda química, com o reservatório cheio, contribuindo com a necessidade da constância no reuso d’água necessária a esse projeto.
  • A cobertura do atrium é de estrutura metálica com chapas de pvc duplas e enchimento de poliuretano.
  • Para os quartos que avançaram, a solução foi fechar a abertura voltada para norte com alvenaria, até a altura de um parapeito, e o restante dela com esquadrias de vidro duplo e pvc. Dessa forma diminuiu-se a quantidade ganha de calor no verão e diminuiu-se a quantidade perdida de calor no inverno. Além disso, foi pensada uma estrutura com brises horizontais dispostos a uma distância que durante os meses mais críticos, ou seja, no verão principalmente, eles barrassem a radiação solar direta por o sol estar mais alto no céu, mas nos meses mais frios, ou seja, quando a inclinação solar diminui, permita a entrada do sol aquecendo o quarto
  • O Brise Vertical foi o que melhor se adaptou as condições da fachada sul. Para diminuir o aquecimento, mas sem perder a iluminação natural do quarto, optou-se por voltar os brises contra a fachada sudoeste, para proteger do aquecimento de fim de tarde, prejudicial ao dormitório no verão. Manteve-se aberto para o sudeste ocorrendo uma pequena insolação pela manha. Utilizou-se a angulação de 30° em relação ao eixo leste-oeste para barrar completamente a entrada de luz solar proveniente desta angulação pela fachada sudoeste.
  • Árvores: Nas fachadas leste e oeste serão previstas árvores para que o sol baixo da manhã e final da tarde seja parcialmente contido; essas também protegerão a construção dos ventos de inverno e servirão como filtro da fuligem proveniente da rodovia.
  • Quanto aos vidros, o projeto foi ensaiado no Arquitrop com vidros simples. No entanto, os quartos acabaram perdendo muito calor no inverno. Assim, a solução adotada foi usar vidros duplos e aumentar a área de alvenaria na fachada desses dormitórios já que antes a fachada externa destes era 100 % de vidro (atrás dos brises horizontais).
  • Os brises, feitos de chapa de metal e PVC, são duplos e perfurados, preenchidos de material absorvente acusticamente. Possuem, de um lado, superfície clara (de pvc) e superfície oposta de cor mais escura, sendo móveis em torno de um eixo horizontal central, para que possam refletir essa luz somente no inverno, sendo mais absorventes no verão.




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